Alto Alentejo - José Alves |
Como pedras
os pássaros vagos
cruzam o ar claro
azul do meu país
Sabem da abundância
e do fim das bacantes
do tempo dos arados
rasgando o ventre negro
da planície parindo
prados e searas
Como balas
os pássaros dançam
atordoados na luz
matinal falsa e estival
do Verão que finda
ainda nas tardes
Conhecem o recomeço
o frio que anuncia
a noite que chega
umbrosa rumorosa
prenhe de regressos
falsa porta outonal
Como gelo
os pássaros chegaram
ao sul e permanecem
nas noites no breu
não aquecem esquecem
que na urbe as grades
já crescem no vazio
Ana